As mudanças
na dieta são a estratégia comum mais adotada. A velha teoria do “coma o que lhe
apetecer”, já não é aceite. A importância cada vez maior da terapia nutricional
na cura do cancro foi uma das mudanças mais significativas da última década. A
comida deve ser considerada como medicamento. As alterações nutricionais mais
vulgares vão de encontro ás dietas que se caracterizam por:
- Conter um baixo teor de gordura, sal e açúcar
- Conter alimentos
integrais
- Acentuar o consumo de
legumes, fruta fresca e cereais integrais
- Eliminar completamente alimentos processados, isto
é, se estão embalados, engarrafados ou enlatados são automaticamente eliminados
da dieta.
- Adicionar suplementos nutricionais em termos de
vitaminas, minerais e herbais. O ideal seria recebermos todos os nutrientes a
partir daquilo que comemos, mas nem sempre é suficiente. Isto é também útil
para quem desejar promover a sua saúde geral e fazer uma prevenção do cancro. A
investigação sugere que as vitaminas e os minerais funcionam melhor quando
combinados de forma a funcionarem juntos. É especialmente benéfico nas pessoas
com doenças oncológicas: antioxidantes, carotenoides, flavonoides, ácidos
gordos ómega 3 e próbióticos.
- Alguns dos suplementos naturais que se têm verificado
eficazes: CARNIVORA®, LIFEONE, LIVING FUEL, NATURE’S PEARL®, TANGY TANGERINE®
Um pequeno resumo dos suplementos nutricionais indispensáveis para estados oncológicos:
Antioxidantes
Os
antioxidantes são o ponto de partida. Um antioxidante é uma substância
que previne os danos causados pelo excesso de radicais livres no seu
corpo. Os radicais livres são produtos químicos altamente reactivos que
podem deteriorar o ADN das nossas células. Sabe‑se que a deterioração do
ADN tem a ver com o aparecimento do cancro.
As principais vitaminas antioxidantes são a C, a E e o betacaroteno
(precursor da Vitamina A). Funcionam melhor combinados. São
especialmente benéficos no combate aos efeitos dos danos causados no ADN
pelos radicais livres. O selénio é outro mineral essencial com um papel importante na atividade antioxidante.
E a Coenzima Q10
é um composto antioxidante fabricado naturalmente pelo nosso corpo e
utilizado pelas células para produzir o seu crescimento controlado e
manutenção. Contudo, quando a função imunitária do corpo está
comprometida, a sua capacidade natural para produzir CoQ10 é muitas
vezes deficiente. Estas cinco vitaminas e minerais formam o programa de
suplementos nutritivos da Cancer Recovery Foundation.
Carotenoides
Trata‑se
de uma classe de pigmentos naturais encontrados principalmente em
plantas, algas e certas bactérias. Os carotenoides têm uma atividade
antioxidante e alguns, tal como o betacaroteno, são convertidos pelo
corpo em Vitamina A. O licopeno é um carotenoide particularmente
benéfico para a prevenção e tratamento natural do cancro. O tomate
orgânico fresco é uma fonte rica em licopeno. Para optimizar a sua
absorção, o tomate deve ser comido ligeiramente cozinhado, depois feito
em puré e temperado com umas gotas de azeite extra‑virgem.
Flavonoides
Como
os carotenoides, os flavonoides são um dos grupos de nutrientes
vegetais com poderosas características antioxidantes bem como outras
características que combatem o cancro.
Ácidos Gordos Ómega 3
Estes
ácidos gordos — ala (ácido alfa‑linoleico), DHA (ácido
decosahesaenoico) e EPA (ácido eicosapentenoico) são essenciais para a
boa saúde. Para os pacientes oncológicos estas gorduras são
particularmente importantes pois reforçam a função imunitária e o
equilíbrio hormonal. A melhor fonte de Ómega 3 é o peixe gordo incluindo
o salmão selvagem, o atum, o carapau e as sardinhas. Para as pessoas
que não conseguem ou não querem comer peixe, o óleo de linhaça pode ser
uma boa fonte. Porém o óleo de linhaça não contém DHA ou EPA. Algumas
marcas acrescentam agora DHA de uma fonte vegetal.
Probióticos
É
um suplemento de bactérias benéficas que ajudam o equilíbrio
gastro‑intestinal. Um exemplo é o lactobacillus acidophilus. Muitos
tratamentos oncológicos são reconhecidos como causando náuseas e
diarreia. A maioria dos pacientes pode encontrar alívio, reequilibrando o
tracto intestinal com probióticos para manter a saúde digestiva. Um
trânsito gastrointestinal «desintoxicado» optimiza a eliminação das
toxinas do corpo.
Suplementos Durante o Tratamento
A
toma de suplementos durante o tratamento oncológico é um assunto de
intenso debate dentro da comunidade oncológica. A Cancer Recovery
Foundation faz uma cuidadosa monitorização da investigação internacional
sobre este assunto, e atualiza constantemente as suas recomendações.
Depois de uma consulta com o oncologista, recomenda geralmente:
Para um regime de quimioterapia:
- Prosseguir o programa multivitamínico mas suspender o suplemento adicional dois dias (48 horas) antes de receber o tratamento.
- Recomeçar o programa de suplemento adicional três dias (72 horas) após receber o tratamento.
- Se está a levar a cabo um protocolo de tratamentos de infusão
contínua, prossiga com o multivitamínico mas não tome suplementos
adicionais durante o tratamento.
Para um regime de radioterapia ou terapia hormonal, continue a tomar o seu multivitamínico e os suplementos adicionais durante todo o tratamento.
Outras questões sobre suplementos nutricionais:
Ainda
precisará de suplementos a seguir ao tratamento? Acredito que sim. As
recomendações dizem que todas as pessoas com uma história de cancro
devem tomar estes suplementos durante toda a vida. Há provas de que
níveis adequados de nutrientes se traduzem numa otimização e manutenção
da cura. Para além disso, recomendo que quem tome suplementos marque
consultas regulares com terapeutas nutricionais.
Perguntam‑me
com frequência que marcas de suplementos aconselho, mas, para isso, não
tenho resposta. Recomendo simplesmente que escolham a melhor qualidade
possível. Os melhores suplementos contêm menos ingredientes não ativos,
tais como conservantes e agentes de ligação. É também menos provável que
os suplementos de melhor qualidade contenham corantes e conservantes
artificiais. Apesar de os suplementos deste nível poderem ser mais
caros, acredito que este acréscimo de despesa possa ser uma mais‑valia.
Alguns
pacientes oncológicos podem ter dificuldades em engolir comprimidos.
Este problema é sentido por aproximadamente 25% dos pacientes
oncológicos. Há técnicas simples que resolvem quase todas as
dificuldades. Os comprimidos grandes podem ser esmagados. As cápsulas
podem ser perfuradas (atenção: os produtos com licopene podem manchar os
dentes). Podemos obter muitas vitaminas e minerais em pó ou em forma
líquida. Se a sua preocupação é uma absorção completa dos nutrientes,
escolha produtos sublinguais, designados para serem absorvidos debaixo
da língua.
Directrizes acerca dos suplementos nutricionais:
Recomendações e Dosagem de Suplementos para Pessoas com Cancro
Nota: a menos que recomendado no rótulo, os suplementos devem ser tomados com alimentos para optimizarem a sua absorção.
Diretrizes para todos os pacientes oncológicos durante e após o tratamento:
- MultiVitaminas e Minerais - da melhor qualidade possível - tomar
conforme indicações no rótulo com o minimo de conservantes, ligativos
& adoçantes.
Suplementos
adicionais para todos os pacientes oncológicos durante e nos dois anos
seguintes ao tratamento, excepto conforme o já anotado:
- Vitamina B - Parte de multivitamínicos & complexo mineral -(50‑100mg/dia)
- Vitamina C - Com flavonóide - Formas de ascorbato não acídicos ou
provenientes de alimentos.(Tome quantidades superiores a 1g divididas em
doses com as refeições.)
- Vitamina D - Parte de Multivitamínicos e complexo mineral (2
000mg/dia). Acrescente aos multivitaminicos para atingir a dose
recomendada.
- Vítamina E - Forma natural em tocoferóis mistos. Parte do complexo
multivitamínico & mineral (400 IU/dia) - Toma recomendada com
Vitamina C e betacaroteno.
Nota especial acerca da
vitamina E: se tem tensão arterial alta, toma varfine, aspirina ou outra
droga anticoagulante, está sujeito a um regime de quimioterapia ou tem
um elevado nível de plaquetas, consulte o médico antes de tomar mais do
que 200IU diárias. Esta vitamina tem um leve efeito anticoagulante.
- Betacaroteno - Parte do complexo multivitamínico e mineral. (25 000 IU/dia)
Nota: Se fuma, ou fumou nos últimos 10 anos, não tome mais do que 2 000 IU por dia.
- Licopeno - Máximo de 7mg/dia. Quando tomado com betacaroteno:10-15 mg/dia.
Nota: Não beba sumo de cenoura ao mesmo tempo que licopeno.
- Ácido gordo Ómega 3 - Óleos de peixe gordo EPA + DHA(como salmão selvagem, carapau e sardinha) - 500 mg ou mais.
Nota: Óleo integral de peixe. Nada de óleo de bacalhau que pode conter mercúrio.
Ou…
- Óleo de linhaça com DHA - 1 000mg - Alternativa vegetariana para os alérgicos ao peixe.
- Selénio - Parte do complexo multi-vitamínico e mineral - 200 microgramas/dia
- Zinco - Parte do complexo multivitamínico e mineral: 20mg p/mulheres e 40mg p/homens.
- Co-enzyma Q10 - Protege o coração durante a quimioterapia 100mg/dia - Mínimo 1 bilião de organismos. Conserve no frio.
- Probióticos - Para problemas digestivos (náuseas, diarreia) - 1 ou 2 cápsulas de cada vez.
- Cardo mariano - Benéfico para o fígado durante o tratamento (200mg duas vezes por dia).
Faça o seu trabalho
de casa: contacte um nutricionista profissional. Determine a
experiência específica que ele ou ela têm em terapêutica nutricional de
suplementos para o cancro. Compare as recomendações do nutricionista com
estas, bem como com as que encontrou nas suas investigações. Mostre‑se
céptico em relação às afirmações pouco substanciais. Depois, tome as
suas próprias decisões no que diz respeito aos suplementos nutricionais.
Nota importante:
Estas
informações não foram avaliadas pela Food & Drug Administration
(fda). Fazemos todos os esforços para recorrer a fontes actualizadas e
fidedignas. Não podemos contudo, ser responsabilizados pelos erros das
fontes que usamos. Também não podemos garantir fornecer todas as
informações disponíveis acerca dos problemas de saúde de cada pessoa.
Toda a responsabilidade pela interpretação e acção levada
a cabo a partir das informações é da própria responsabilidade do
paciente. Esta informação é fornecida partindo do princípio que, se
desejar adicionar ao seu tratamento oncológico abordagens complementares
ou alternativas, consultará a sua equipa médica para se assegurar de
que esta fica ciente das suas decisões.