domingo, 21 de outubro de 2012

NUTRIÇÃO PARA DOENTES ONCOLÓGICOS



 
As mudanças na dieta são a estratégia comum mais adotada. A velha teoria do “coma o que lhe apetecer”, já não é aceite. A importância cada vez maior da terapia nutricional na cura do cancro foi uma das mudanças mais significativas da última década. A comida deve ser considerada como medicamento. As alterações nutricionais mais vulgares vão de encontro ás dietas que se caracterizam por: 
  • Conter um baixo teor de gordura, sal e açúcar
  • Conter alimentos integrais
  • Acentuar o consumo de legumes, fruta fresca e cereais integrais
  • Beber água pura
  • Eliminar completamente alimentos processados, isto é, se estão embalados, engarrafados ou enlatados são automaticamente eliminados da dieta.
  • Adicionar suplementos nutricionais em termos de vitaminas, minerais e herbais. O ideal seria recebermos todos os nutrientes a partir daquilo que comemos, mas nem sempre é suficiente. Isto é também útil para quem desejar promover a sua saúde geral e fazer uma prevenção do cancro. A investigação sugere que as vitaminas e os minerais funcionam melhor quando combinados de forma a funcionarem juntos. É especialmente benéfico nas pessoas com doenças oncológicas: antioxidantes, carotenoides, flavonoides, ácidos gordos ómega 3 e próbióticos. 
    • Alguns dos suplementos naturais que se têm verificado eficazes: CARNIVORA®, LIFEONE, LIVING FUEL, NATURE’S PEARL®, TANGY TANGERINE®



Um pequeno resumo dos suplementos nutricionais indispensáveis para estados oncológicos:


Antioxidantes


Os antioxidantes são o ponto de partida. Um antioxidante é uma substância que previne os danos causados pelo excesso de radicais livres no seu corpo. Os radicais livres são produtos químicos altamente reactivos que podem deteriorar o ADN das nossas células. Sabe‑se que a deterioração do ADN tem a ver com o aparecimento do cancro.
As principais vitaminas antioxidantes são a C, a E e o betacaroteno (precursor da Vitamina A). Funcionam melhor combinados. São especialmente benéficos no combate aos efeitos dos danos causados no ADN pelos radicais livres. O selénio é outro mineral essencial com um papel importante na atividade antioxidante.
E a Coenzima Q10 é um composto antioxidante fabricado naturalmente pelo nosso corpo e utilizado pelas células para produzir o seu crescimento controlado e manutenção. Contudo, quando a função imunitária do corpo está comprometida, a sua capacidade natural para produzir CoQ10 é muitas vezes deficiente. Estas cinco vitaminas e minerais formam o programa de suplementos nutritivos da Cancer Recovery Foundation.


Carotenoides


Trata‑se de uma classe de pigmentos naturais encontrados principalmente em plantas, algas e certas bactérias. Os carotenoides têm uma atividade antioxidante e alguns, tal como o betacaroteno, são convertidos pelo corpo em Vitamina A. O licopeno é um carotenoide particularmente benéfico para a prevenção e tratamento natural do cancro. O tomate orgânico fresco é uma fonte rica em licopeno. Para optimizar a sua absorção, o tomate deve ser comido ligeiramente cozinhado, depois feito em puré e temperado com umas gotas de azeite extra‑virgem.


Flavonoides


Como os carotenoides, os flavonoides são um dos grupos de nutrientes vegetais com poderosas características antioxidantes bem como outras características que combatem o cancro.


Ácidos Gordos Ómega 3


Estes ácidos gordos — ala (ácido alfa‑linoleico), DHA (ácido decosahesaenoico) e EPA (ácido eicosapentenoico) são essenciais para a boa saúde. Para os pacientes oncológicos estas gorduras são particularmente importantes pois reforçam a função imunitária e o equilíbrio hormonal. A melhor fonte de Ómega 3 é o peixe gordo incluindo o salmão selvagem, o atum, o carapau e as sardinhas. Para as pessoas que não conseguem ou não querem comer peixe, o óleo de linhaça pode ser uma boa fonte. Porém o óleo de linhaça não contém DHA ou EPA. Algumas marcas acrescentam agora DHA de uma fonte vegetal.


Probióticos


É um suplemento de bactérias benéficas que ajudam o equilíbrio gastro‑intestinal. Um exemplo é o lactobacillus acidophilus. Muitos tratamentos oncológicos são reconhecidos como causando náuseas e diarreia. A maioria dos pacientes pode encontrar alívio, reequilibrando o tracto intestinal com probióticos para manter a saúde digestiva. Um trânsito gastrointestinal «desintoxicado» optimiza a eliminação das toxinas do corpo.


Suplementos Durante o Tratamento


A toma de suplementos durante o tratamento oncológico é um assunto de intenso debate dentro da comunidade oncológica. A Cancer Recovery Foundation faz uma cuidadosa monitorização da investigação internacional sobre este assunto, e atualiza constantemente as suas recomendações. Depois de uma consulta com o oncologista, recomenda geralmente:


Para um regime de quimioterapia:

  •  Prosseguir o programa multivitamínico mas suspender o suplemento adicional dois dias (48 horas) antes de receber o tratamento.
  • Recomeçar o programa de suplemento adicional três dias (72 horas) após receber o tratamento.
  • Se está a levar a cabo um protocolo de tratamentos de infusão contínua, prossiga com o multivitamínico mas não tome suplementos adicionais durante o tratamento.
Para um regime de radioterapia ou terapia hormonal, continue a tomar o seu multivitamínico e os suplementos adicionais durante todo o tratamento.


Outras questões sobre suplementos nutricionais:


Ainda precisará de suplementos a seguir ao tratamento? Acredito que sim. As recomendações dizem que todas as pessoas com uma história de cancro devem tomar estes suplementos durante toda a vida. Há provas de que níveis adequados de nutrientes se traduzem numa otimização e manutenção da cura. Para além disso, recomendo que quem tome suplementos marque consultas regulares com terapeutas nutricionais.


Perguntam‑me com frequência que marcas de suplementos aconselho, mas, para isso, não tenho resposta. Recomendo simplesmente que escolham a melhor qualidade possível. Os melhores suplementos contêm menos ingredientes não ativos, tais como conservantes e agentes de ligação. É também menos provável que os suplementos de melhor qualidade contenham corantes e conservantes artificiais. Apesar de os suplementos deste nível poderem ser mais caros, acredito que este acréscimo de despesa possa ser uma mais‑valia.
Alguns pacientes oncológicos podem ter dificuldades em engolir comprimidos. Este problema é sentido por aproximadamente 25%  dos pacientes oncológicos. Há técnicas simples que resolvem quase todas as dificuldades. Os comprimidos grandes podem ser esmagados. As cápsulas podem ser perfuradas (atenção: os produtos com licopene podem manchar os dentes). Podemos obter muitas vitaminas e minerais em pó ou em forma líquida. Se a sua preocupação é uma absorção completa dos nutrientes, escolha produtos sublinguais, designados para serem absorvidos debaixo da língua. 


Directrizes acerca dos suplementos nutricionais:

Recomendações e Dosagem de Suplementos para Pessoas com Cancro


Nota: a menos que recomendado no rótulo, os suplementos devem ser tomados com alimentos para optimizarem a sua absorção.


Diretrizes para todos os pacientes oncológicos durante e após o tratamento:
  • MultiVitaminas e Minerais - da melhor qualidade possível - tomar conforme indicações no rótulo com o minimo de conservantes, ligativos & adoçantes.
Suplementos adicionais para todos os pacientes oncológicos durante e nos dois anos seguintes ao tratamento, excepto conforme o já anotado:
  • Vitamina B - Parte de multivitamínicos & complexo mineral -(50‑100mg/dia)
  • Vitamina C - Com flavonóide - Formas de ascorbato não acídicos ou provenientes de alimentos.(Tome quantidades superiores a 1g divididas em doses com as refeições.)
  • Vitamina D - Parte de Multivitamínicos e complexo mineral (2 000mg/dia). Acrescente aos multivitaminicos para atingir a dose recomendada.
  • Vítamina E - Forma natural em tocoferóis mistos. Parte do complexo multivitamínico & mineral (400 IU/dia) - Toma recomendada com Vitamina C e betacaroteno.
Nota especial acerca da vitamina E: se tem tensão arterial alta, toma varfine, aspirina ou outra droga anticoagulante, está sujeito a um regime de quimioterapia ou tem um elevado nível de plaquetas, consulte o médico antes de tomar mais do que 200IU diárias. Esta vitamina tem um leve efeito anticoagulante.
  • Betacaroteno - Parte do complexo multivitamínico e mineral. (25 000 IU/dia)
Nota: Se fuma, ou fumou nos últimos 10 anos, não tome mais do que 2 000 IU por dia.
  • Licopeno - Máximo de 7mg/dia. Quando tomado com betacaroteno:10-15 mg/dia.
Nota: Não beba sumo de cenoura ao mesmo tempo que licopeno.
  • Ácido gordo Ómega 3 - Óleos de peixe gordo EPA + DHA(como salmão selvagem, carapau e sardinha) - 500 mg ou mais.
Nota: Óleo integral de peixe. Nada de óleo de bacalhau que pode conter mercúrio.
Ou…
  • Óleo de linhaça com DHA - 1 000mg  - Alternativa vegetariana para os alérgicos ao peixe.
  • Selénio - Parte do complexo multi-vitamínico e mineral - 200 microgramas/dia
  • Zinco - Parte do complexo multivitamínico e mineral: 20mg p/mulheres e 40mg p/homens.
  • Co-enzyma Q10 - Protege o coração durante a quimioterapia 100mg/dia - Mínimo 1 bilião de organismos. Conserve no frio.
  • Probióticos - Para problemas digestivos (náuseas, diarreia) - 1 ou 2 cápsulas de cada vez.
  • Cardo mariano - Benéfico para o fígado durante o tratamento (200mg duas vezes por dia).


Faça o seu trabalho de casa: contacte um nutricionista profissional. Determine a experiência específica que ele ou ela têm em terapêutica nutricional de suplementos para o cancro. Compare as recomendações do nutricionista com estas, bem como com as que encontrou nas suas investigações. Mostre‑se céptico em relação às afirmações pouco substanciais. Depois, tome as suas próprias decisões no que diz respeito aos suplementos nutricionais.



Nota importante:
Estas informações não foram avaliadas pela Food & Drug Administration (fda). Fazemos todos os esforços para recorrer a fontes actualizadas e fidedignas. Não podemos contudo, ser responsabilizados pelos erros das fontes que usamos. Também não podemos garantir fornecer todas as informações disponíveis acerca dos problemas de saúde de cada pessoa. Toda a responsabilidade pela interpretação e acção levada
a cabo a partir das informações é da própria responsabilidade do paciente. Esta informação é fornecida partindo do princípio que, se desejar adicionar ao seu tratamento oncológico abordagens complementares ou alternativas, consultará a sua equipa médica para se assegurar de que esta fica ciente das suas decisões.

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